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São Paulo gastará mais de R$ 20 milhões com rescisões de contrato e especialista vê problema na gestão

Daniel Alves assinou rescisão de contrato com São Paulo. (Foto: Twitter da Conmebol)
Daniel Alves assinou rescisão de contrato com São Paulo. (Foto: Twitter da Conmebol)

O São Paulo rescindiu mais dois contratos durante a semana de jogadores que foram contratados na gestão de Leco e assim vai pagar caro por não se planejar. Os últimos jogadores que saíram mediante quebra de contrato – e que portanto vão precisar receber vencimentos correspondentes ao período que ainda teriam vínculo com o clube – foram Vitor Bueno e Pablo. Se somarmos os valores envolvidos nas duas rescisões e os valores a serem gastos com Daniel Alves, o Tricolor vai pagar mais de R$ 20 milhões mensais.

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Com Daniel Alves, o pior valor de todos. Serão pagos, até 2026, R$ 18 milhões para o jogador, que fechou seu menor contrato na carreira na Europa com o Barcelona porque receberá R$ 500 mil mensais do Tricolor. As parcelas começaram a ser pagas em janeiro e se estenderão por cinco anos. Enquanto isso, Pablo receberá R$ 2,5 milhões e Vitor Bueno R$ 2 milhões. Os dois últimos jogadores aceitaram receber “apenas” os valores que estavam atrasados por salários e direitos de imagem.

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Os valores se referem ao início da pandemia de 2020, quando o São Paulo cortou pela metade os salários e prometeu criar um bolsão de pagamento para quitar os débitos. A promessa foi de Julio Casares, já que a pandemia começou no último ano de mandato de Leco.

Na visão da atual diretoria, o São Paulo errou, na gestão anterior, ao pagar valores significativos para contratar Pablo, por exemplo, por 7 milhões de euros. Diante disso, o clube entende que fez um grande negócio ao desfazer os vínculos com atletas como o atacante e Vitor Bueno, que estavam fora dos planos de Rogério Ceni.

“A gente acha as negociações com Pablo e Vitor Bueno positivas porque havia ainda dois anos de contrato. Eles não estavam performando tecnicamente na nossa visão, portanto, o ideal era estancar esse gasto, porque tecnicamente a gente não estava obtendo resultado esperado. Eles estavam sob contrato, trabalharam e não receberam os valores acordados na pandemia. Então você tem que fazer um acordo porque eles prestaram um serviço ao clube”, explica Carlos Belmonte, diretor de futebol do São Paulo.

Para especialista, São Paulo vive com problemas de falta de critério e método nas contratações

Para César Grafietti, economista do Itaú e especialista em finanças do futebol, as rescisões parecem gerar economia mas significam problemas na hora de contratar. Por isso, há uma volatidade na chegada e saída dos jogadores.

“As rescisões parecem gerar economias, mas elas nascem também da falta de critério e método de contratações. Por que esses atletas serviam para uma gestão – e foram contratados por altos valores e salários – mas não servem para outra? É o problema da falta de continuidade, planejamento, governança, típicos de uma associação que não se enxerga como única, mas como pertencente ao presidente do momento”, opina César Grafietti, economista e especialista em gestão e finanças do esporte.