Fernando de Ouro Preto veio ao mundo em Curitiba, Paraná, em 27 de abril de 1964, nascido da união entre o embaixador Afonso Celso de Ouro Preto e a embaixatriz Marília de Ouro Preto, reconhecida historiadora. Sua linhagem é marcada por uma herança distinta, sendo bisneto do Conde de Afonso Celso, uma das figuras fundadoras e imortais da prestigiosa Academia Brasileira de Letras, e trineto do Visconde de Ouro Preto, que ocupou o cargo de 32º e último primeiro-ministro do Império do Brasil. Fernando veio ao mundo como o terceiro filho do casal, vindo após Ico e Ana.
A carreira diplomática do pai conduziu a família por uma série de destinos internacionais, incluindo passagens pelos Estados Unidos, Áustria e Suíça, antes de se estabelecerem definitivamente em Brasília. Durante essas mudanças e viagens, em 1974, Fernando cruzou o caminho de outro jovem filho de diplomatas, Dado Villa-Lobos, que mais tarde se tornaria seu meio-irmão, estabelecendo laços que transcendiam fronteiras e trajetórias familiares.
Aos 11 anos de idade, Fernando teve seus primeiros encontros significativos com o mundo do rock, introduzido por ninguém menos que Herbert Vianna e Bi Ribeiro, que mais tarde se destacariam como membros fundadores da icônica banda Os Paralamas do Sucesso. Esses primeiros momentos foram fundamentais para moldar sua trajetória e despertar sua paixão pela música que o acompanharia ao longo da vida.
Quando o Aborto Elétrico encerrou suas atividades em maio de 1983, os irmãos Lemos, juntamente com o guitarrista Loro Jones, estavam determinados a formar um novo grupo musical. Dinho, por sua vez, compareceu a uma audição na casa de Fê e, após uma empolgante performance da canção “Psicopata”, foi prontamente aceito como vocalista do que viria a se tornar o Capital Inicial, com apenas 19 anos de idade. Três meses após sua entrada na banda, o Capital Inicial fez sua estreia em um palco, na Universidade de Brasília, no mesmo dia em que Dinho realizava seu vestibular. Um mês depois, o grupo se apresentou no prestigiado Circo Voador, no Rio de Janeiro, e também no Sesc Pompeia, em São Paulo. Com o tempo, a banda decidiu se mudar de Brasília para São Paulo, cidade que até hoje abriga seus integrantes.
O álbum homônimo de estreia do Capital Inicial foi lançado em 1986, apresentando canções que haviam sido escritas ao longo de três anos de trajetória musical. O sucesso da banda foi meteórico, acompanhado por uma vida de excessos caracterizada por sexo, drogas e festas extravagantes, além de discos produzidos às pressas para atender à demanda do público. Contudo, em 1993, após um show decepcionante no Circo Voador, Dinho anunciou sua saída do Capital Inicial.
Durante esse período de pausa, Dinho enfrentou dificuldades pessoais e profissionais, passando noites em claro em shows e mergulhando em um estilo de vida marcado pelo consumo excessivo de álcool e drogas. Em meio a festas em seu apartamento, ele acabou sendo vítima de um roubo significativo, que o deixou financeiramente arruinado. Decidido a buscar uma nova direção, Dinho dedicou-se ao estudo da música, aprendendo a tocar instrumentos e lançando dois álbuns solo, “Vertigo”, em 1994, e “Dinho Ouro Preto”, em 1995, ambos sem obter grande sucesso comercial. Para garantir sua subsistência, ele buscava trabalhos temporários em tradução e publicidade.
Em março de 1998, Dinho e seus antigos colegas de banda decidiram se reunir para uma série de shows em celebração aos 15 anos de existência do Capital Inicial. O retorno foi bem recebido pelo público, e logo receberam uma proposta para gravar um novo álbum. Em novembro daquele ano, lançaram o CD “Atrás dos Olhos”, cujo sucesso os levou a uma participação no Acústico MTV, em 2000, que vendeu mais de um milhão de cópias e solidificou o retorno triunfal do Capital Inicial.
Em 2012, Dinho lançou seu terceiro álbum solo, “Black Heart”, composto exclusivamente por regravações de bandas de rock, todas em inglês. Já em 2020, veio à luz seu quarto álbum solo, “Roque em Rôu”, contendo 12 reinterpretações de músicas de artistas e bandas brasileiras do gênero rock, como Kiko Zambianchi, Raul Seixas, Raimundos e Skank, entre outros.




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