Em entrevista para o jornal O Globo, Carlos Starling, que é membro da Comissão Médica Especial da CBF e foi um dos médicos que ajudou a elaborar o protocolo para a retomada do futebol durante à pandemia de Covid-19 no ano passado e retomado em agosto de 2020.
Questionado sobre o futebol foi feito de bode expiatório: “Estamos em colapso nacional. Por isso, defendo que precisamos parar e vacinar rapidamente. Mas é mais fácil culpar o futebol. O escritório de advocacia está aberto, a construção civil está funcionando, mas a indústria do entretenimento e do esporte têm que parar? Ou nós fazemos uma coisa mais densa, mais rigorosa, ou não vamos frear a epidemia. Não é parando só o futebol que vamos controlá-la. É outra coisa que está alimentando a epidemia. É a ruptura dos protocolos no seio da comunidade estimulado pelas autoridades em geral”, diz.
Logo depois completou: “Uma coisa é o protocolo do futebol ser seguro, outra é a regra de um Estado. Se tudo tem que parar, não vale o futebol não obedecer. Agora, dentre as atividades não essenciais, a que estudou melhor a sua dinâmica foi o futebol. Claro que ainda tem muita coisa a ser estudada. Os protocolos, seja no meio que for, são uma peça viva. Têm que ser revistos e aprimorados. Mesmo em lockdown rigoroso a Europa não parou (com o futebol). E as taxas caíram. Então é um fato comparativo que leva a pensar e que vai de acordo com os estudos feitos”, completou.
Por fim, concluiu a sua resposta: “Não faz sentido algum. Independentemente do jogo ser no Norte ou no Sul, a questão é a regra. Não pode deixar de cumprir os protocolos de segurança. Claro que não existe nada 100% seguro. Nesta epidemia nada é 100% seguro. Agora se o protocolo é cumprido, se pessoas estão mantendo distanciamento, usando máscara, tanto faz onde vão jogar”, concluiu.
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