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“Chorava o tempo todo”: Medalhão revela grave depressão em passagem pelo São Paulo

Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC - Medalhão já não está mais no Tricolor.
Foto: Rubens Chiri/São Paulo FC - Medalhão já não está mais no Tricolor.

Muitos jogadores passaram pelo São Paulo e fizeram história, conquistando títulos e atuações que deixam saudade nos torcedores até os dias de hoje, enquanto outros não tiveram boas experiências, recebendo críticas e sem conseguir desempenhar um bom futebol.

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Um dos jogadores que chegou a fazer alguns bons jogos, mas não era amado pela Nação Tricolor foi Tchê Tchê, que permaneceu no Morumbi de 2019 até 2021, fazendo 98 jogos, 6 gols e 2 assistências, antes de se transferir ao Atlético-MG, por empréstimo.

No entanto, bem quando voltou ao Brasil após período de empréstimo concedido pelo Dínamo de Kiev, iniciando sua trajetória no Tricolor, o volante teve uma depressão grave. Em depoimento ao The Players Tribune, o volante contou todos os detalhes desse período complicado.

Veja a entrevista completa do ex-jogador do São Paulo:

“Eu vivi cinco meses nessa amargura, nesses extremos opostos: eu era um ser humano triste se obrigando a parecer um profissional feliz e sendo julgado por milhões de pessoas a cada três dias. E não é que eu estivesse passando a noite na farra, bebendo e tal. Não era isso. Eu estava deprimido. E me sentia culpado por estar”.

“Ficava com o pessoal no vestiário, na resenha e tudo mais, fingindo estar tudo normal. Só eu tinha noção do tamanho do vazio na minha alma. Quando terminava a partida, eu voltava para casa chorando, sozinho, dirigindo meu carro, tentando entender o que estava acontecendo”.

“O São Paulo me trouxe de volta, e eu passei a me cobrar demais. Me obrigava a ser um jogador que correspondesse às expectativas que eu acreditava que o clube tinha”.

“ELES APOSTARAM ALTO EM MIM, NÃO POSSO DECEPCIONÁ-LOS, eu me pressionava internamente”.

“Acho que isso foi sobrecarregando a minha mente e o meu espírito. E nada na vida precisa ser assim. O negócio é viver um dia de cada vez, fazendo o melhor possível para acertar e sabendo que é impossível acertar o tempo todo. De boa. No dia que você errar, precisa se perdoar e ir dormir pensando: Beleza, hoje não foi bom, mas amanhã eu vou me esforçar ao máximo para tentar fazer melhor”, revelou.

“Foi assim que, com a ajuda da minha esposa, do meu filho e dos meus pais, eu agarrei a corda e aos poucos fui voltando do abismo”.

“Só depois que o pior passou eu procurei a psicóloga do São Paulo. Ela disse que eu tinha sido muito forte de ter conseguido atravessar uma depressão sem ajuda especializada. Mas não foi porque eu quis, foi porque eu não consegui gritar socorro”.

“Finalmente eu melhorei. Me firmei como titular no São Paulo, fui para o Atlético, ganhei cinco títulos em Minas e nunca mais me senti daquele jeito”, finalizou.