OPINIÃO – Diálogo de presidentes de São Paulo e Palmeiras pode servir para “bem maior”

Por Fábio Dias*

A reconciliação entre São Paulo e Palmeiras enquanto instituições pode servir para que, em um futuro próximo, os clubes paulistas possam coexistir nos estádios. Nesta semana, Julio Casares e Leila Pereira desarmaram a bomba-relógio que existia nos bastidores entre as diretorias para que o Tricolor cedesse o Morumbi para o clássico entre Palmeiras e Santos no começo do mês que vem.

Bom negócio? Presidente do São Paulo anuncia acordo histórico com Leila Pereira e torcida é informada

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A notícia vem na esteira de um acordo em que o Tricolor também poderia usar o Allianz Parque em breve, na reta final do Paulistão, quando o Morumbi estará inviabilizado por conta de uma série de shows do Coldplay.

Pois é. Até o momento em que Palmeiras e Corinthians decidiram ter as suas próprias casas, o Morumbi era a casa dos grandes clássicos no futebol paulista. Sempre com duas torcidas. Quem já não ouviu histórias de que as arquibancadas eram divididas ao meio e havia uma “batalha” para ver quem ganhava mais ‘gomos’ do estádio. Não vivi essa época.

Aliás, enquanto torcedor, só passei a frequentar estádios em 2017. E naquela época já não se podia disputar clássicos com torcidas divididas. Para ver o seu time jogar contra um rival em clássicos, no Estado, só se o seu time for mandante. E assim aconteceu em duelos contra Corinthians (os meus preferidos), Palmeiras e Santos.

Mas a Polícia Militar interveio em 2015 sob o argumento de que não era possível organizar clássicos com duas torcidas porque não era seguro. De fato, já houve verdadeiras batalhas e, inclusive, infelizmente, mortes. Mas neste recorte sempre as mortes foram a muitos quilômetros dos estádios em que os jogos eram disputados.

“Bem maior” pode surgir de diálogo entre presidentes de São Paulo e Palmeiras

Um “bem maior” pode surgir deste acordo entre Casares e Leila. A rivalidade entre São Paulo e Palmeiras se estreitou bastante nos últimos tempos, inclusive com trocas de farpas entre Carlos Miguel Aidar e Paulo Nobre, com rompimento público e tudo mais.

Com este retorno do Palmeiras ao Morumbi (pela terceira vez como mandante desde 2007, a segunda desde que o Allianz Parque foi inaugurado) e uma possível ida do São Paulo ao Allianz Parque (seria de forma inédita como mandante), talvez possamos voltar a debater a questão de clássicos com duas torcidas. E assim paramos de tratar os torcedores como animais. Ou seja, que são incapazes de pensar.