Por Fábio Dias*
A temporada do São Paulo, apesar da ótima estreia na Copa Sul-Americana, será de muita luta e ter um Rogério Ceni “mais humilde” é crucial. Dois motivos explicam a teoria: um elenco recheado de atletas (importantes) lesionados e a falta de dinheiro para trazer peças importantes.
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Como uma parte da torcida, também entendo que são necessários reforços. Indiscutível que faltam opções na lateral e na armação do time, por exemplo. Mas como contratar sem dinheiro? E veja: ter dinheiro não é pegar emprestado de banco e burlar o balanço não é ter grana.
E o Tricolor chegou a ter 16 ausências em um jogo do Paulistão. Imagina você ter um elenco de 30 atletas (o que já é muita coisa) e não ter mais da metade dos jogadores para escalar? Rogério Ceni passou por isso sem reclamar – ou ao menos sem usar isso como desculpas para, por exemplo, a queda no Paulistão.
São Paulo com Rogério Ceni “humilde” é o ideal
A palavra humilde está entre aspas porque significa que Rogério Ceni pode (e na minha visão deve) olhar para o campo para tomar as suas decisões. E não só em jogos eliminatórios. Vamos usar a estreia da Sul-Americana como exemplo.
O Rogério Ceni quer ter um time propositivo, mas ontem, na Argentina, cedeu à ideia de ir para um duelo mais físico na defesa e de maior combate no ataque. Tirou Luciano de campo em prol de um time mais brigador e foi bem-sucedido com David e Erison. Eles não são craques. São caras brigadores.
A mesma ideia pode ser explicada na proposta de ter três zagueiros. Arboleda e mais dois que até gostam de sair para o jogo: Beraldo e Alan Franco. Digo isso tudo para explicar que a prioridade do São Paulo é a de garantir os 45 pontos no Brasileirão que está às portas de começar.
Rogério Ceni mais “humilde” significa ele não deixar de querer ser propositivo. Mas por vezes abrir mão disso em prol de uma equipe que jogue pelo resultado por si só. Ele sente muito o clube e por mais que tenha seus defeitos encara o SPFC como um lar, mais do que só o seu trabalho. Não há no mercado uma opção melhor (que caiba no orçamento do clube) do que ele. Trocar o certo por uma hipótese é perigosíssimo.
Não imagino um time que sobre no campeonato nacional, então qualquer coisa que pintar nas copas vai ser comemorada, claro. Por não ser um time com perfil para sobrar, vai ser importante demais lutar e a torcida estará disposta a ajudar.
No ano passado, a proposta era esta até que o Brasileirão ficou longe demais do plano inicial (que era o de conquistar uma vaga para a Libertadores deste ano) e o foco ficou nas copas. Por pouco, não deu certo na Sula. Em 2023, não tenho segurança de que essa mudança de rota não teria consequência no BR. Melhor não arriscar.
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