Atualmente apresentador do programa Jogo Aberto, Denílson, quando foi vendido ao Bétis, da Espanha, rendeu um “caminhão de dinheiro” ao São Paulo, mas quando voltou a treinar pelo clube tempos depois, viveu uma situação que considera frustrante e decepcionante.
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“Era lógico que eu voltaria da Europa ao São Paulo, ao clube que me lançou para o mundo. Com quem tinha uma ligação profunda de carinho, vontade de retribuir por tudo que fez por mim. Até porque eu acredito ter ajudado o clube, com a minha venda. Foi a mais alta do futebol mundial na época. Com o dinheiro, o São Paulo reformou o Morumbi e equilibrou suas finanças. Nunca iria esperar o que aconteceu.”, iniciou, participando do canal no Cosme Rímoli, no YouTube.
“No primeiro dia, tudo bem. Fui muito bem recebido pelos jogadores. Encontrei o Muricy. E ele já me perguntou: “veio ajudar a gente aí?” Estava muito feliz. No segundo dia, de repente chega o (Ricardo) Sassaki, todo sem graça. E me diz que o diretor de futebol João Paulo de Jesus Lopes queria falar comigo sobre continuar treinando no São Paulo. Fui para a sala dele, perguntei se poderia continuar treinando fisicamente no clube e ele me disse “não”. Eu nem retruquei ou implorei. Apenas virei as costas e fui embora. Mas lógico que aquilo me doeu muito. Eu não queria acreditar no que havia acontecido. Estava muito magoado, muito mesmo.“, completou, que falou sobre “pular o muro” rumo ao Palmeiras:
“Foi quando o advogado Breno Tanuri, que é meu amigo, me ligou. E eu disse o que havia acontecido. Ele desligou me mandando esperar. Ele ligou em seguida e disse que o Toninho Cecílio que, na época, era coordenador de futebol do Palmeiras me autorizava a treinar no clube. Palmeiras, meu? Os caras do São Paulo vão me matar. Sempre foi o nosso grande rival. E o Breno respondeu. “Você vai ficar chorando pelo São Paulo, depois que eles fizeram com você?” Ele tinha razão. “Fui para o CT do Palmeiras, no dia seguinte. Cheguei com o coração na mão. Mal cheguei, o Toninho me deu o maior apoio. Falei que iria treinar em outro período, não queria atrapalhar ninguém. Ele respondeu “de jeito nenhum”. E passei a treinar com os jogadores, que me acolheram com muita amizade, carinho. “O que o Palmeiras fez comigo foi inesquecível. Com um jogador que era do grande rival. E justo que tinha o meu marcador mais duro, que mais “chegava junto”, o Galeano.”, contou, tanto que seu coração atualmente é dividido entre os rivais.
Mágoa pelo São Paulo não passou:
“Fiquei muito orgulhoso de ter terminado a minha carreira no Brasil no Palmeiras. Passei anos sem pisar no São Paulo. Hoje, a situação melhorou. Mas eu não tenho dúvida em falar, quando me perguntam se sou palmeirense ou são paulino. Torço pelos dois, de verdade. Tenho muito respeito, gratidão pelo clube que nasci, que me lançou para o mundo. Me deu abertura para conquistar tudo que conquistei. Porém a tristeza que senti com aquele “não”, nunca vai passar. Mas meu coração também é do Palmeiras, clube que me ajudou na hora mais dolorida, mais difícil para mim como jogador. Que eu sempre vi como rival. E me deu todo o respeito e carinho que eu jamais pensei que fosse receber. Joguei um ano no Palmeiras, ganhamos o Paulista. Parece que foi dez anos. Sou tratado como um grande ídolo. Como não posso não gostar desse clube?”, finalizou.
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